– “Este ovo em cima da mesa da cozinha é meu ou é dele?”
Quatro dias se passaram e o silêncio é a palavra de ordem de um relacionamento cuja linha que separa a razão da emoção é mais fina que um fio de cabelo. Relações sensíveis merecem medidas insensíveis. Não deveria ser o contrário?
A humanidade e suas controvérsias.
O silêncio que jaz em minha casa tem tradução, porém, ao invés de escrever uma cartinha (como orientou a ex tutora parcial do meu coração), prefiro decifrar em “crônica” o meu silêncio, afinal de contas, escrever é reverenciar o silêncio, desde que a minha intenção seja permanecer calado.
O silêncio (obra da intersecção humana) tem os seus benefícios, porém, a exaustiva falta de um diálogo traz danos à imaginação. Um intervalo longo de penitências e hipotéticas conclusões que são constituídas pela raiva e pela indignação.
Esse mal entendido nos transforma em pessoas desvalorizadas, inúteis objetos do circo humano, por isso o silêncio não pode ser desmedido e autoritário, deve ser controlado e intercalado em trocas de pontos de vista.
Entretanto, na feira livre da vida, uns compram brigas, outros dividem rancores, outros deixam amor como fiado… Eu prefiro catalogar o meu silêncio:
1ª fase – Meu silêncio me traz um desafio e desafia o opressor. Dúvidas sempre são bem vindas em um relacionamento. Há de se ter medo para lá na frente ter respeito!
2ª fase – O meu silêncio me reedita e refaz meus conceitos, porém, isso não me basta para canonizar o perdão como agente passivo da minha conduta.
3ª fase – Meu silêncio me traz a paz compulsória de uma biblioteca, sem eu ter que me entristecer com o livro que escolhi.
Um livro nunca se fecha. Uma briga sempre se anexa. Uma frase nem sempre é complexa.
“Se soubéssemos quantas e quantas vezes as nossas palavras são mal interpretadas, haveria muito mais silêncio neste mundo.” – Oscar Wilde
Já já tudo volta ao normal. Hoje toma-se uma decisão, amanhã já não sabemos se queremos defendê-la!
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