Quando ouço a palavra “homem” me remeto diretamente a virilidade, mas não a virilidade dessa cultura falocêntrica que todos insistem em valorizar, inclusive o sexo oposto.
Me refiro a virilidade incomum, que poucos a usam e que tantos poucos a enobrecem: a virilidade moral, o manuseio apropriado de suas ações e de seus neurônios, a busca pelo equilíbrio entre o físico e o espiritual, entre o medido e o desmedido, entre a coragem de se enfrentar e a comodidade em não se aceitar…
Virilidade moral para muitos é tão desconhecido quanto a atmosfera de Marte, e tão desconcertante quanto relembrar os catetos da hipotenusa, by the way, tem muito homem por aí (ou seria macho?) cuja as atitudes primitivas, a postura crassa e o pensamento reducionista são tão idênticos quanto um triângulo equilátero.
Uma coisa é certa: Sempre existirá o homem e o macho e sempre haverá demanda para ambos (anos de terapia podem explicar a frase).
Mas e o machismo?
O machismo é inato dentro de nós, mas ele pode se tornar um apêndice a ser extirpado, basta demolir certas patologias sociais.
Basta entender que a “vagaba” e o “pegador” são tão iguais e inadequados quanto a “vagaba” e o “pegador”.
Que não há motivo de deboche nas pausas dramáticas de um homem, ninguém aqui veio com super poderes, o choro é livre e bonito.
Que se uma mulher estiver bêbada significa que ela está bêbada e não que vai dar pra você!
Castração analítica é ambivalente, se serve para você que ofendeu uma mulher trânsito, servirá para a sua irmã que também foi ofendida no trânsito.
Na verdade, machismo e feminismo dependem de tolerância, senão vira antítese gramatical e social. Precisamos enxergar além do casulo.
Inexiste homem perfeito, mas o homem ideal poderia dar valor também a outros tipos de suplementos, tais como: Indulgência, resiliência, tolerância, coletivismo…
Triste é ver que nós homens (ou muito de nós) não ultrapassam a zona cômoda do modismo porque preferem deixar tudo como está e é aí que mora o problema: a prioridade incorreta das nossas reflexões.
Aceitar-se que é imperfeito já seria um bom começo para buscar a perfeição, mesmo que ele só exista nos contos de fada.
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