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A cidade da “segunda chance”

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05agosto 2018
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Quantas estradas você já viajou? Quantos percursos você já trilhou? Quais as paisagens que realmente se fixaram em suas melhores recordações?

Empírico, inevitável, obrigatório! Nascemos para caminhar; fomos concebidos com o propósito de ir sempre adiante tendo em nossa bagagem um único item de sobrevivência: o livre-arbítrio (aquela condição necessária para a existência da responsabilidade humana).

As estradas são o exemplo mais convidativo para se praticar a condição das escolhas; temos que viajar, é vital pegar a estrada e seguir rumo a frente, embora muitos optem em ser retardatários ficando no vácuo à espera pelo ponto final de suas interrogações, o que para mim denota automatismo pelo regionalismo.

Antes de sermos regionais, precisamos ser do mundo!

Viajar é se convidar ao processo de individuação criado por Jung, fazendo com que os nossos medos tenham medo do próprio medo, retornando para casa com menos empáfia, mais coragem e mais resignação.

Atravessamos pontes, paramos em pedágios, encostamos no acostamento, entramos na via expressa e fazemos o retorno sempre que necessário; isso é buscar a alegria suprema do recomeço, de se reiniciar, de se ressignificar e de reviver sensações que se apequenaram diante da grandeza da vida.

E nessa estrada, passam as memórias mal esquecidas, ficam para trás amigos que não trilharam a mesma rodovia, ficam para trás as frustrações, os fracassos, as conquistas, o tempo perdido que só não é perdido porque te mostrou outros recomeços, outras estradas.

Tempo ensolarado, tempo chuvoso, tempo nublado… Já notaram que quando se viaja o tempo lá fora não condiz com o tempo do coração e do pensamento? A gente se curte, se aproveita, se conhece melhor…

… Viajar é buscar a soma pelo monólogo temporário, porque a gente só se conhece de verdade quando convidamos a introspecção a sentar no banco do passageiro, mesmo sabendo que a deixaremos seguir viagem no próximo posto de gasolina à espera de uma nova carona.

Viajar sem pensar na direção, sem pensar na hotelaria, mas com um destino final: Aquela cidade que te fragmenta, que te reintegra, que te faz melhor, mais pulsante, mais reluzente…

… Aquela cidade que você conheceu em algum dia do teu passado e que até hoje te surpreende pelas circunstâncias que te levam até ela.

A minha cidade eu nomeei de “cidade da segunda chance”, é ela que me incentiva a vencer minhas restrições, minhas fobias sentimentais e me oferta novas qualidades, novos pontos de vista e novas crenças…

O nome que você dá ao seu retiro não importa. O importante é você nunca abandonar a ambição de querer voltar lá, porque sem o esforço da busca pela estrada, se torna impossível a alegria do reencontro de novas paisagens.

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