Possível, provável, remoto
De todas as coisas possíveis que poderiam ocorrer em minha vida, o improvável aconteceu: Me apaixonei! (mais…)
Porto inseguro
Será um atalho ou será um desvio? Palavras com temperatura elevada me trouxeram para esta bifurcação.
Direita ou esquerda? (mais…)
A teimosia dos ponteiros
A teimosia só deixa de existir aos olhos de quem estabelece uma cumplicidade com ela, caso contrário, ela sempre será uma contravenção... (mais…)
Perdas e danos
Como se exibisse seus ensinamentos aprendidos na Escola Acadêmica de Coreografia de Moscou, tratou de adentrar pelas pontas dos pés em seu apartamento (momentos de aperto descobrimos dotes impensáveis), ele nunca tinha ido a Moscou, muito menos feito balé... (mais…)
Pequeno em tamanho; minúsculo em compreensão
Como somos pequenos diante de toda essa plenitude infinita. Pequenos em tamanhos e minúsculos em compreensão. Sim, porque pra compreender é preciso aceitar o inaceitável, corrigir o incorrigível, praticar o impraticável, neutralizar o indigesto e ver beleza na feiúra. (mais…)
Desnivelamento
Temido durante anos, o monstro de Frankenstein infligia respeito aproveitando-se da sua horrenda aparência, todavia, ela só poderia ser vista se algum morador curioso abandonasse o vilarejo para se arriscar no alto das colinas. (mais…)
Leitor de catálogos
Por trás das camadas que emergem de insegurança diante de uma situação exposta, sempre há alguém que outrora se importou demais...
As chagas deixam vestígios e se fixa nas entrelinhas de todo um roteiro. Por isso é preciso ler, se empenhar em cada sinônimo, antônimo, adjetivo, vogal, consoante... (mais…)
Me deixe pra depois
Já que não me entendes, não me julgues, não me tenhas, não me resenhe.
Já que não me convences, não me compartilhe, não me colecione em teu círculo social de figurinhas virtuais. (mais…)
Paris ou Veneza?
Somos intensos demais para Paris, Veneza nos cairia bem.
Como não posso ir até Veneza, transformo meu canto em aguas calmas e turvas sem deixar o passeio da gôndola de lado.... Mas a minha Veneza não é uma romântica de filmes e passeios de legitimidade física monogâmica. Eu vou além da pintura desse cenário.
Ela possui um romantismo incomum e que não segue os canais dos rios como as ruas de Veneza. Não existe uma previsibilidade estancada e alguns dogmas seguem na corrente circular de um bom vinho despejado em uma taça de cristal: “O homem certo é o errado. O homem ideal é imprestável”.É a lei natural da desigualdade, longe da “Veneza pop”.
Mantenho certo distanciamento dessa "Veneza pop" pelo fato de ter sobrevivido a uma turbulência emocional que não me pertencia, mas que precisei enfrentá-la por merecimento. Eu sou um sobrevivente! E um déspota passional inveterado, reformulado pelo mar adriático (aquele mesmo que abastece os rios passivos de Veneza). Faço do bar, um mundo particular. Das minhas escolhas, histórias breves de vida longa. Debato e dialogo com o ego alheio com a mesma sapiência de um psicólogo. Me divirto com a conquista. Insights são quase tudo nessa vida, só precisamos emprestar os tímpanos ao coração e deixar as taças fluírem dentro dos nossos fluídos físicos.Existe uma sensualidade no individualismo. De tanto que acharam que um dia eu seria, eu fui e me tornei.
Afrontando constantemente a solidão, eu desafio e encaro o silêncio dos espaços finitos dos meus 50m2 só para ter a sensação - quase que libidinal - desse "tormento positivo". E, de quebra, nessa conjuntura excitante entre tormentos e esclarecimentos cumpro - quase que obrigatoriamente - um ritual inaugural proveniente do rompimento do cordão umbilical outrora convivido em família.Muitos me taxariam de "solitário homem da caverna duplex", mas eu ainda prefiro entender que essa solidão é ditosa, convidativa e irresistível, tal qual um passeio de gôndola na Veneza pop.
O tempo passa apressado
O tempo passa diante de tudo que se pode ver, tocar, cheirar e sentir. O tempo passa diante do espelho e diante dos nossos anseios em saber da inevitável transformação da aparência. (mais…)
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