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Antigos hábitos não morrem

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29abril 2018
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Meia noite abandono o alvoroço dos aposentos mundanos e me arrasto para meu apartamento. Rompo o silêncio fidedigno dessa atmosfera de trevas e ar rarefeito. O silêncio, porém, era traduzido em uma comunicação inseparável entre a geladeira e a máquina de lavar que agora cochichavam com a televisão que acabei de ligar.

Com a TV ligada interrompo o barulho da geladeira para pegar algo que acompanhe a minha sede e o meu “tour” pelos canais da Sky. Um certo programa me faz relembrar o episódio de hoje:

Me pego em uma profunda hipnose:

“Gosto – ás vezes – de proclamar o meu egoísmo de combinar e não ir, ligar e depois não atender, prometer e não cumprir tudo, entretanto, me confronto entre meus delírios e meus mistérios, entre meus dilemas morais e promíscuos. Não há certo ou errado, não há carência sem pessoas e não há desafios sem segredos.

Sou um segredo desvendado em uma confidência individual; Um misterioso sem ser mentiroso.”

No território da moralidade, sou encarado em diversos graus de desaprovação; desmonto algumas noções, desaponto muitas mulheres e incito o lado corajoso das mesmas: Emboto, inspiro, desafio, provoco, mas, após a conquista; me disperso.

“Ser o que querem eis a questão!”

Ao deitar em meu sofá, minha posição corpórea me remete às sessões de terapia – sempre as quintas feiras – dia propício para me beneficiar das minhas dúvidas e inaugurar as próximas aventuras do fim de semana em uma espécie de “sitcom” norte americana.

Ao deitar em meu sofá, coloco em evidência a interação entre minha imaginação e a minha atuação, o que para um solteiro convicto, isso se intitula: “solidão”.

Solidão – para nós – é o estado amórfico entre a singularidade convicta e as vitórias invictas das manobras elaboradas espontaneamente.

As relações modernas são plásticas. Por que se desiludir com uma pessoa se podemos se iludir com uma zona sul inteira?

“Em algum lugar da zona sul tem alguém totalmente a ver com a minha totalidade.” – Entorpeço a minha esperança por este encontro vivendo uma vida açucaradamente destemperada.

Isso quer dizer que eu sou diferente? Não, isso quer dizer que eu sou incompatível com as projeções precipitadas que fazem de mim. Por que tanta pressa? Pra que anular uma etapa? Qual o sentido de burlar um caminho ou reter um estágio?

O amor não é um trem apressado que desobedece aos sinais de parada. O amor é uma ciência exata:

Equação:

Olhares cruzados com algumas traduções + Frases bem feitas + Elogios neutros + Improvisos x Sala de cinema + Jantares = Beijos e afagos.

Viu? O amor é uma ciência exata. As pessoas que são exatamente inexatas.

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