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Memórias de uma lembrança

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25abril 2018
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Ás vezes uma sombra segue nossos passos incansavelmente. Uma sombra que ao invés de apagar-se com o passar das horas, dias e anos vai adquirindo força máxima diante das nossas tropeçadas pela vida afora…

É a lembrança do que não foi! É a presença imaterial da pessoa que um dia nos ofereceu amor e que não soubemos compreender. É a suprema felicidade da vida e o inolvidável significado de ser amado por aquilo que você era, e mais precisamente do que isso: ter sido amado “apesar” daquilo que você fora um dia!

Como se fosse um pássaro, eu vôo em vão em busca da realização de um sonho, uma fantasia. Só depois, ao me deparar com minhas mãos vazias e um amargo sabor de lágrimas nos lábios (tais quais sinto agora), compreendo o valor desse amor, que se oferecia generoso, indivisível e incondicional.

Volto a olhar para o caminho que comecei a percorrer nas asas da ilusão e para o que tento trilhar agora, sozinho, com um pouco mais de cautela a cada dia, cada vez mais lentamente, um pouco vencido pela tristeza e desengano.

Volto a meditar sobre a essência desse amor. Um amor que talvez fosse indigno de recebê-lo por tanta elegância e por tanta gentileza depositada. Definitivamente uma vida dentro de outra vida, o mais puro e longo dos crescimentos onde a paciência só se permitia com a prática, e o significado se fixava num estado inexprimível indicado por ações e atitudes.

Nosso mundo era composto sim por vulnerabilidades, exposições e de puro coração aberto, sem receio do horizonte, e muitas vezes sobre certos riscos, mas composto por uma alegria transbordante e inigualável.

Tenho certeza de que os músicos intitulariam nosso amor como um amor composto por uma melodia maravilhosa, arranjos harmoniosos e um refrão vibrante e excitante tal qual era quando nos transformávamos em um só ser.

Um caminho que me parecia cheio de raios de sol e que agora vejo ser povoadas por sombras, sombras de saudades!

Enfim, o amor não é privilégio de alguns, é para todos que sabem amar. É um caminhante que passa ao lado da vida e somente pára quando lhe oferecem abrigo e ternura. Assim é a lembrança para pessoas que como eu, não souberam amar. Uma sombra que se desvanece no tempo.

Da infinita galáxia de experiências que vivenciei com ela, aprendi que não devemos transformar o amor em uma triste recordação. Devemos vivê-lo enquanto é realidade, devemos reconhecê-lo quando ele passa ao nosso lado e abrir as portas dos nossos corações para aceitá-lo como um filho que vem ao mundo em busca de carinho, afeto e compreensão.

Acho que esse desabafo exige uma canção, quem sabe “Always on my mind” do imbatível Elvis Presley, poderia recitar um acervo musical, no entanto, prefiro me conter e segurar minha ansiedade. Você me ensinou a te amar, mas não me ensinou a te esquecer.

 

 

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