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Sim, nós fazemos terapia!

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14junho 2018
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“A terapia é a maneira ocupacional mais eloquente que um homem encontra para se apegar aos apelos da realidade e manter o impulso dos desejos em um cativeiro provisório.” – André Luiz, assumindo a responsabilidade em palpitar.

Em um sentido poético, dizer para uma mulher que você faz terapia é um plus marcante dentro do seu CIC (Currículo Intencional de Conquista); é uma espécie de artifício necessário, mas que para o recrutado, é inocuamente desnecessário… Ou despercebido de interesse uma vez que somos míopes em diagnosticar uma conquista vinda do lado feminino.

De fato, para mim isso pouco importa. Estou lá, despindo a minha realidade feita uma dançarina de cabaret, sem o adultério dos que se comprometem a assisti-la, porém com muito critério para quem me analisa.

A terapia é algo indulgente. Jamais demonstrei em toda a minha vida essa disposição favorável em me conhecer, já transformei a minha vida em um Holocausto para conhecer algumas pessoas (e não as conheci) e justo comigo eu não tive essa sensibilidade em perceber que quem mais precisava ser reconhecido por mim era eu mesmo.

Adentrar em uma análise é fácil, difícil é você aceitar que a análise precisa adentrar e abrir portas impensáveis em você ou portas que você nem mesmo às reconhecia como portas, no máximo janelinhas de banheiro…

Entendeu? Não? Tudo bem, você está no caminho certo; terapia não se entende, se divaga, se questiona, se explana, se diverte…

Ahhhh, como é bom se beneficiar das dúvidas, contar suas inquietações sem receio de ser julgado ou criticado, revelar – sem eira nem beira – a sua cara de abestado quando fala sobre o seu novo amor… Enfim…

Sim, nós fazemos terapia!

O contingente de vaidosos, ufanistas e desamparados está aumentando dentro de uma sala de terapia, mas ainda são relativamente poucos os que se comprometem a atenuar seus problemas e erros em si mesmos, e não no Iphone que nunca funciona, no cachorro do vizinho que late toda hora em que você se dispõe a ver televisão ou no incrédulo egoísta que anda a dez por hora no trânsito.

Sim, nós fazemos terapia!

A arte de afirmar sua essência e admitir suas deficiências, de assumir que nunca foi um dogmatista, que jamais abusou do silêncio e que nunca realizou o “morno” para se definir e – ao mesmo tempo – entender que jamais foi com você o que deveria ter sido com o outro sem se amedrontar com uma rejeição são pontos edificantes em uma descoberta… A minha, por exemplo.

Em um resumo bem resumido, a terapia para um homem vai muito além de probleminhas cartesianos como chorar no escuro, aqui, as lágrimas ocorrem em plena luz do dia, sem remoer amarguras do passado e sem o impacto decorrente de uma vida em carreira solo.

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