Gostar de Tulipas não é fácil. É conviver obrigatoriamente com uma relação fadada as idas e vindas, ao manejo da sensibilidade, a percepção da tradução dos sinais e principalmente a sagacidade do “saber tratar”.
É aprender a viver sem as pessoas que vivem sem você… Complexo!
Assim como uma conquista, existe toda uma cadeia de mimos e afagos para fazer com que as idas e vindas não se transformem somente nas idas. Natural de qualquer relação em que haja afeto. Em análise primitiva; deve ser contemplativa para ambas as partes. Certo?
Errado!
Para a Tulipa não é bem por aí… Sol moderado, vento moderado, umidade moderada, alimentação supercuidadosa… E tudo isso só para ela encantar o seu ambiente com a sua luxuosidade, o seu refinamento e a sua pose, simples assim.
E se você destratá-la, ela não reclamará! Seu silêncio é a penitência cruel e indagadora da sua consciência. Ela é movida por atitudes; destratou ela murcha, prática e sem rodeios.
Entretanto, se imaginarmos que para todo esforço, existe um merecimento, podemos nos comprazer da sua simbologia calcada pela antiguidade: Amor eterno, amor perfeito, amor irresistível. Um tenro consolo para seus adoradores.
Mesmo sobrevivendo diariamente debaixo de um teto de vidro, ter uma Tulipa em casa é conhecer e desconhecer todos os dias; é embrulhar e desembrulhar desvendando uma novidade a cada dia. A durabilidade depende da dedicação.
Um capricho necessário à vida dos que a contemplam sem precisar verbalizar, simplesmente sentir, prosseguir e preparar um novo plantio para que a ida seja precedida pela vinda, vivendo sem Tulipas.
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