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O anticorrosivo do tempo

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24abril 2018
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Agora que enxerguei o que me espera, vou na onda, vou correndo, vou de bike, vou de táxi, mas hoje me revelo e me afirmo: Não sei domar a fera, fujo dela.

Agora que descobri a obra que sou, vejo que meus parágrafos vão além, vejo que posso escrever por qualquer bem e vejo que minha vida não se anula nos pontos finais. Eu sou uma constante reticência tropeçando em vírgulas.

Sempre usei as palavras para algo alegre, e noto que a loucura possui uma inócua parcela de tristeza. Anulei minha adolescência por trabalhar obrigatoriamente em uma peça teatral de longa data e com inúmeras apresentações. Representei um roteiro que me prendeu em um desfiladeiro… Ou seria um atoleiro?

Vivi – sem saber – uma trama.

Agora que enxerguei o deslumbramento da liberdade, sinto forças para saltar e agarrar o sol, mesmo que ainda sinta uma incômoda atrofia nas pernas. Sinto que o cérebro se exercitou, fez ioga, fez pilates, fez até pole dancing e tá louco de vontade pra viver o ritmo. O ritmo da liberdade.

Decolo de braços abertos para uma viagem insólita! É o fim dos joguinhos psicológicos.

Agora que enxerguei a permissão descubro que não existe tempo ideal, e sim ideologia no tempo. A ilusão sai de cena, o desgosto – a contragosto – se manda do palco e a privação dá lugar as minhas permissões. Eu me permito ser feliz!

O sentido da vida não está dentro de uma gaveta, no entanto, em meio a esta surpreendente revelação, encontro minha essência escondida atrás da minha falta de coragem (como uma criança encolhida num canto escuro de um quarto à espera da punição do pai).

Agora que a miopia foi curada, vejo um limbo de aporrinhações estratégicas voltadas para um benefício egoísta…

Ficou pra trás! Junto com suas caretices repressoras de mãe protetora. Ainda vai levar um tempo, mas o primeiro passo foi dado, mesmo que este passo seja um simples esboço do meu desenho rebuscado. Se viver é uma arte, quero somente cores vivas e latentes para pintar o meu caminho.

E nessa revelação existencial que até então inexistia, ainda me espanto, ainda estou tonto, ainda me aterrorizo com o passado de meias verdades e de completas mentiras. Essa peça teatral não permitia ensaios; era por a roupa, entender o cenário, ler o script e foda-se o resto.

Hoje a meia verdade me abraça. Abandonei a cegueira momentânea de anos para lutar pelo meu fim. A outra metade da verdade eu divido em algumas partes – modestas – porque todos nós temos as nossas verdades. A minha é igual a sua e igual a do advogado que defende o bandido no tribunal.

E de caso com o acaso eu traço minha timeline:

Se o prefácio é amargo, lutemos por um doce fim.

 

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