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Insustentável infantilidade

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24abril 2018
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É inútil resistir. Mudar por alguém cedo ou tarde acontecerá com você.

São sintomas de que a soberba precisa dar vazão à evolução. Não comemoramos bodas sozinho, nem tampouco, bem antes disso, convivemos sozinhos entre lençóis… Também não dá pra receber um sedex sem que outra alma – admiradora da sua – o faça.

Ninguém te aceitará como você é. A concorrência, o estilo de vida, a forma como você encara teus desafios ou confronta tuas angústias te farão pensar que a prepotente frase “precisam me aceitar como eu sou” já caiu em desuso desde a invenção da internet.

Digamos que você – mesmo com as advertências acima – resolva manter a pose e permanecer irredutível as transformações.

Vejamos…

A fotossíntese continuará exercendo o seu papel vital na natureza. A Lua continuará a fazer pose para os selfies. O Vesúvio continuará inativo por mais algumas décadas. O Franz Café vai continuar vendendo folhados de frango com requeijão e novas borboletas eclodirão de seus casulos rumo a sua liberdade.

Liberdade… … … E o tempo.

O tempo é a primeira (ou segunda) tradução mais próxima da liberdade, e quando digo “tempo”, não me refiro ao tempo desperdiçado nos faróis exaustivos da grande São Paulo… Me refiro a “oportunidades”, porque o tempo bem aproveitado é uma inquietude saborosamente cíclica, e que precisa de constantes provocações.

Virar as costas sem a chance da retratação. Se esconder atrás do orgulho. Politizar demais. Reclamar demais e abrir uma caixa de bis sem devorá-la por completo, isso sim, deveria ser perda de tempo.

Mas a gente perde – e como – e com a perda a gente cresce porque a vida – sabiamente – nos ensinou que para crescer é preciso sofrer (um pouco).

Nessa barganha chamada de acaso, a alegria tirou o “dela da reta” e sacramentou que nela ninguém cresce, nela, as pessoas devem viver feito crianças num parque de diversões, portanto, se quer crescer, prepare-se para certas dores.

Francamente? Achar que todos nos aceitarão como somos é dividir o balanço com outras crianças, só que sem a diversão, com bico na boca e cara emburrada, sobrancelhas enrugadas e sem o alto astral contagioso da alegria.

Apto a mudar ou encorajado a permanecer só, lembre-se que o local mais cobiçado pelo homem não foi a Lua, não foi às camadas abissais do Oceano Pacífico, nem será Marte ou qualquer outro planeta… Ter um ombro pra chorar é um dos lugares mais almejados pelo homem e para conseguir encostar-se a este local é preciso adaptar-se aos meios e recomeços.

A vida é um delicado e complexo quebra-cabeças, onde passamos uma vida inteira a procurar pelas peças ausentes, por isso, ter alguém é fundamental, não para preencher os espaços que faltam, mas sim, para ser a presença na linda paisagem que se formará com o encaixe da última peça.

Ter alguém para dividir o nada é a segunda (ou primeira) forma mais próxima de traduzir a liberdade.

Pensem nisso.

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