Queria gostar de novela, só pra matar o tempo esquecendo-se dela.
Nas entrelinhas diretas das minhas rimas, crio uma obra prima e assim meu coração se aproxima.
Nas calçadas abandonadas pela presença irrefutável da madrugada eu saio da casa dela. Tô chutando lata, e queria ela aqui comigo!
Quando dou tchau pra ela tenho vontade de cair no choro. Como é difícil se desvencilhar daquela mulher convertida em criança!
Me perco nessa paixão louca e por vezes não quero nem ser encontrado por medo de perdê-la em um desencontro. Explicar o que sinto é gastar meu tempo a pensar nas causas que ela me causa. Prefiro ser incurável!
Dizem que minha alma está combalida pelo ineditismo do amor…
Como assim?
Fico louco da vida quando acusam o amor de ser inédito. Você nasce sendo amado, cresce sendo amado, amadurece amando, amando se amadurece e se envelhece amando também. Por que dizem que o amor é inédito?
O amor é reciclável. Ele se renova à medida que você descobre todas as certezas dela e mesmo assim, ela continua a ser inédita.
O amor placebo!
Amar é saborear o inexplicável, pois o amor é individualista. Ele não está nem aí para o que você pensa, ele simplesmente acontece quando sua alma esperava demais num momento em que a sua “procura” menos esperava.
O amor vai além do que supõem duas pessoas, por isso é bom curti-lo, se entorpecer nele, entende?!
O amor me tira do sossego, daquela fatídica zona de conforto, porque muitas vezes confundimos o conforto com a acomodação… Buscamos compreensão, explicação e definição para um ciúme tolo e por vezes infantil, quando deveríamos deixar que esses sentimentos nos confundissem e abandonassem a lógica.
Não há lógica em amar. Há lógica em deixar de amar! Não entender nos faz lembrar mais daquilo que amamos…
Retomando o título desse texto, o aposento abandonado é a sensação que fica minha alma quando minha alma se desgruda do meu corpo a procurar pelo corpo dela.
Empírico. Sublime. Espiritual.
Amor…
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