Ao perseguir um abraço lutamos pela sobrevivência da carência e afugentamos nosso medo de permanecer só.
Ser carente não é brega! Ser carente é mó barato!
Ao recusarmos a carência, submergirmos em uma passionalidade silenciosa, tímida, rejeitada e negada. Já viu alguém elogiar a carência de alguém?
– “Ah, ele é um amor de pessoa, tão inteligente, altruísta, perspicaz, mas é tão carente…”
A única coisa que acompanha a carência (além da sua vontade em perseguir um abraço) é o advérbio “mas”…
– “Adoro você, mas você é tão carente.”
O exagero persegue a carência do carente porque o carente é sempre intitulado de exagerado, mas na verdade não existe exagero, existe abstinência de carência nas pessoas. Hoje em dia quase ninguém é carente e, os que são, vivem uma peça teatral encenando uma vida completa e adocicada.
Querer carinho a todo instante, não é carência, é insegurança. Não confunda!
Ah, um abraço…
São segundos caracterizados por uma emoção que vai além da vida, saindo da penosa realidade e brincando de viver. É um clássico da conjunção afetiva humana.
É isso; é o mais clássico dos clássicos!
E mesmo sendo um clássico, a cada dia se torna mais jurássico; tá faltando abraço em vários braços, ta faltando coragem para reivindicar abraço e ta faltando humildade para reconhecer a falta que faz um abraço.
Os abraços de hoje precisam de laços, Assim como uma caixa de presente necessita ser envolvida e abraçada por um laço! Acho que até cabe uma campanha do abraço nas redes sociais.
Os abraços são dobras que viciam a vida e enrugam nossos braços.
Já ganhou um abraço hoje?
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