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Não era amor

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26abril 2018
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Não era amor, era:

– Uma mentira conivente. O imprevisível em conjunto. O querer estar junto. O “algo” indecente…

– A aceitação de algo inaceitável pelo desfrutável. Pela necessidade de não conversar. Por não ter o que falar. Por não ter que escutar…

Não era amor, era:

– O apetite. O limite. O desprendimento. O não comprometimento e a insatisfação de não dar satisfação…

Não era amor, eram:

– Duas desculpas. Duas hipocrisias. Duas assimetrias em uma simetria. Dois celulares desligados. Duas matérias plugadas. Dois desocupados em uma mesma ocupação, desejando mais de uma posição…

– Dois interessados. Dois egoístas. Dois narcisistas. Dois idealistas. Dois loucos. Dois insanos. Dois mundanos em um mundo insano, o mundo de dois mundanos…

Não era amor, era:

Pela mesma luz efusiva dum abajur. Pela falta de entender. Pela desnecessidade do “ter que saber”. Pela disponibilidade imperecível. Pelo inadmissível acessível e tangível… Pelo momento inesquecível…

Por não ter que arrumar, nem limpar. Por não ter que interpretar, nem parafrasear. Por não ter que consertar. Por não precisar ser. Por não precisar remanejar, só ligar. Por não precisar sentir o que não sente…

Não era amor, era:

Não precisar acompanhar, idolatrar, plagiar ou mimar. Precisar ver, deitar, grudar, suar e acordar. Não precisar apontar o dedo. Precisar entrelaçar os dedos. Não precisar debater, nem sofrer, nem dissolver, e sim: acender, aquecer, efervescer, convencer e amanhecer…

Não era amor, era:

Esquecer do horário e lembrar-se do itinerário. Pensar no “inimaginável” e se contentar com o imaginário. Comprometer-se com o instante. Não prometer promessas. Comparecer sem conhecer… Compreender.

Não era amor, era:

Uma opção. Uma prioridade. Uma vaga e mera casualidade, dualidade… Falta de pluralidade. Entre quatro paredes: Afinidade e elasticidade!

Não era amor, era:

Contingente. Abrangente. Irreverente. Independente. Negligente. Imprudente… E muito mais que isso: era correspondente!

Não era amor, era melhor, melhor que o amor!

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